terça-feira, 9 de agosto de 2011

A Menina do nome de origem russa

A primeira troca de olhares. A primeira impressão.
A partir desse momento tudo já era diferente pra mim. 
Uma satisfação tremenda me consumia apenas por ter você ao alcance de minha visão.
Tamanha singeleza e determinação contrastavam entre si e assim conseguiam me deixar bastante curioso a respeito da tua personalidade. 

Eu queria saber mais; eu queria conviver mais; eu queria você.

Seguindo teus passos através dos eventos em comum que frequentávamos, eu enchia-me cada vez mais de esperança em te ter pra mim, mesmo sabendo que se isso viesse a acontecer seria apenas por alguns instantes, e que em seguida a distância nos separaria novamente, assim como outrora já nos separava.
Aquelas covinhas que se formavam nas tuas bochechas quando você sorria; os teus olhos espremidos no ato do sorriso transmitiam pra minha alma, mesmo sem sequer olhar pra mim, a felicidade que você sentia; a tua arte que era exposta através dos teus cliques insaciáveis naquela câmera nada modesta, buscando ângulos e móveis e carros e casarões perfeitos, pessoas e paisagens e ruas e avenidas perfeitas, um Rio de Janeiro perfeito, buscando aquilo que aos teus olhos era essencial, tudo isso foram detalhes que somados só me faziam ter a certeza de que você tinha algo mais que especial, que desde então me marcaria para sempre.

Eu queria conviver mais; eu queria você.

Algumas partidas de sinuca, uma cerveja gelada e conversas paralelas onde eu não me encaixava. 
Observava atento você se entregar a outro camarada e sentia o incômodo no meu peito. Sim, o incômodo, não a dor, porque ainda não chegava ao ponto de ser dor aquilo que se alojava em mim; esta apareceria dias depois, após a despedida, utilizando o codinome de "saudade".
Optei por me deleitar nos braços de uma gaúcha para não perder a minha noite. Foi deveras magnífico, mas nada que se comparasse àquela tarde de domingo.

Eu queria você.

Pergunto-me ainda hoje o porque de tanto receio de chegar até você; talvez insegurança... talvez medo(?). O que sei é que de qualquer maneira demorei pra tomar tal decisão e isso implicou diretamente no curto tempo que tivemos juntos. 
De uma forma ou de outra, o importante é que eu vivi um dos momentos mais bonitos que qualquer homem encantado por uma mulher pode viver, algo fabuloso, que acontece de uma forma sublime, contrastando entre o singelo e o voraz, entre a vontade de idolatrar e a de possuir, entre observar e devorar, entre beijar suavemente e amar loucamente.

Eu tive você.

Ansiosamente espero o reencontro, onde teu rosto surgirá no horizonte de modo angelical e um turbilhão de emoções se apossará do meu interior, e eu sentirei novamente a vontade de saber ao teu respeito, vontade de conviver contigo, de ter você. Abraçar-te-ei, e previamente pedirei ao tempo que não seja tão carrasco conosco desta vez. Prosearemos do amanhecer ao entardecer, e quanto ao anoitecer, deixo em segredo pra te reservar uma surpresa.
Finalizando o dia, pedirei então uma dose de vodca, em homenagem ao teu lindo nome de origem russa.

Gabriel Machado

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