domingo, 25 de setembro de 2011

O Foco

Se você só olha pra frente, é egocêntrico.
Se só olha pra baixo, é fracassado.
Se só olha pra cima, é voador.
Se só olha pra os lados, esbarra com a cara no poste.
Mas se olhares pra trás e conseguires enxergar um motivo que você acabou esquecendo e que era muito importante, isso vai te fazer seguir em frente, olhando em todas as direções. Não esqueças nunca, lá atrás, a tua humildade. Ela te fará chegar a lugares surpreendentes, onde sem ela, jamais chegarias, e te fará conseguir muitas conquistas, e ganharás dignidade, e terás paz.


Gabriel Machado

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Além do olhar

Quem se esconde por trás desse sorriso? Quem existe por trás desse olhar?
Ela é sincera? Ela é confiável? Ela é íntegra? Ela é paciente? Ela é compreensiva?

Achas que quando te vi, eu cheguei em qualquer que fosse o momento, a pensar em alguma dessas perguntas acima?
Não. Muito pelo contrário. Mais do que nunca a impulsividade tomou conta do meu ser sem nem se preocupar se futuramente iria me prejudicar.
Fui atraído pelo mistério, pela curiosidade, e principalmente por uma beleza radiante, inigualável.
Eu não sabia se existiria amanhã. Queria descobrir imediatamente quem a dona de tanta formosura.
De maneira mansa eu me aproximava, para que você continuasse a vontade.
Mais perto e tão logo eu pude ver além do sorriso, além do olhar, além do que se vê, e que bom... pude ver a resposta de todas as perguntas que inicialmente eu não havia feito pra mim mesmo.
Meu coração não me enganou. Minha impulsividade não me prejudicou.
E não haveria melhor desfecho se não eu ter a oportunidade de realmente te conhecer, conviver contigo, estar contigo, matar a minha ansiedade e o meu desejo.
Esse desejo brotou logo quando te vi, e qual é? Isso mesmo... Ter você pertinho de mim, sempre, sem sequer eu ter analisado antes qualquer coisa que fosse.

Gabriel Machado

Noite

A noite cai. Ou nasce. Ou surge. Use o termo que quiser.
Importa que, quando ela chega, traz consigo estrelas cintilantes que me fazem lembrar o brilho dos teus olhos. 
Traz consigo a lua nova, que está sorrindo pra mim, assim como fazes ao me ver.
Traz consigo uma brisa leve que sopra no meu rosto como teus cabelos fazem ao passares por mim.
Traz consigo um cheiro bom que penetra em minhas narinas me fazendo lembrar do teu perfume.
E aquele momento mágico que acompanha o cair, o nascer, o surgir da noite, me fazem crer no utópico, me iludem e me fazem acreditar que um dia, um belo dia, você pode ser minha.
Sim, um dia; porque durante a noite já és minha, mesmo que não desejes, pois a noite em si se encarrega de fazer o teu papel. 
E eu a amo. E ela me compreende.

Gabriel Machado



domingo, 14 de agosto de 2011

Dias e dias

Há dias que tudo parece mais complicado que o normal.

Há dias que o ar que respiramos parece estar mais pesado e mais difícil de ser inalado.
Há dias que a água que tomamos parece ter o gosto amargo da ferrugem ou simplesmente, gosto de ressaca.
Há dias que um motivo tolo nos faz pensar que o que vale a pena se resume a nada.
Há dias que achamos tudo muito relativo.


Há dias que nem tudo é tão complicado quanto a gente pensa que é.

Há dias que o ar que respiramos pesa porque só percebemos a necessidade dele quando ele está escasso.
Há dias que a água que tomamos tem um gosto estranho porque ela não mata a sede a nossa alma.
Há dias que tudo vale a pena.
Há dias que o nosso pensamento é concreto, convicto, e que nada nos faz mudar de opinião.


Há dias que a gente fica confuso e já nem sabe mais classificar o que a gente pensa.


Há dias que buscamos mudanças em nossas vidas.
Há dias que nos gostamos tanto que sequer pensamos na hipótese de mudar algo, ou que algo mude em nós.
Há dias que enfrentamos muitas dificuldades e ganhamos algumas derrotas.
Há dias que nós nada enfrentamos, e por isso acabamos perdendo algumas vitórias.

A certeza que eu trago comigo, é que devemos vivenciar todos esses dias sabendo que eles são únicos,  são completamente diferentes, serão inigualáveis, e que independente da classificação que atribuirmos à eles, esses dias jamais voltarão, serão irrecuperáveis.
Portanto, sinta o dia. Viva o dia. Colha o dia.
Dizemos: "Nada como um dia após o outro." E nenhum dia é igual a outro dia, mas em todos os dias devemos abusar do sentimento mais nobre.
Todo dia é dia de amar; todo dia é dia de ser amado.
Todo dia vale a pena amar; todo dia vale a pena ser amado.
Essa atitude é capaz de modificar todo o futuro.

Gabriel Machado

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A vitória através da motivação

Um dia, como quem não quer nada, a covardia irá aparecer na tua frente.
Ela encarar-te-á com olhos famintos obrigando-te a ser adepto dela; a usá-la com frequência e determinação sem hesitar.

A humanidade sempre se depara com ela no caminho, em alguma ocasião. Ela sempre surge naqueles momentos em que você não consegue mais suportar tamanho fardo e já não aguenta mais ser cobrado por tantas pessoas e submetido a cumprir com tantas responsabilidades.
Ela aparece exatamente nos momentos em que seria mais fácil você desistir.
Tudo o que a covardia quer é que você desista. Isso fornece para ela a deliciosa vitória sobre o personagem de qualquer trama, que consequentemente se tornará fracassado, ficando imóvel, cabisbaixo .
Mas, quem disse que é fácil se conquistar algo na estrada da vida? O mundo real não é composto por fábulas; nada se consegue com um esfregar de lâmpadas ou uma palavra proferida com uma varinha mágica na mão.
Não se acovarde. Não permita que outros saboreiem a tua derrota por causa da tua covardia.
Tente, aja, invente, faça, busque, almeje, tenha um motivo para ir à luta; tenha motivos para não desistir, para não se acovardar mediante as adversidades, para não se abater diante das tribulações.
Já me acovardei várias vezes; Isso acontecia porque eu não enxergava os meus motivos para seguir em frente, não via aquilo que importava pra mim como incentivo para eu continuar a minha luta e alcançar o meu alvo, e desse modo eu me mantinha na sina do sofrer. 
Hoje eu enxergo os meus motivos; eles têm vida. Eles respiram, comem, dormem, amam, choram, e ainda hoje se decepcionam com algumas atitudes minhas. Porém venho buscando sempre melhorar, evoluir, me fortalecer e cada vez mais ficar longe daquilo que me faz fraquejar e que possa vir a me colocar novamente diante da covardia, onde eu a olharia nos olhos e talvez clamasse pela pseudo ajuda dela, que só iria me prejudicar.
Vários são os meus motivos para seguir em frente e não me acovardar novamente: os meus amigos, meus sonhos materiais, minha sede de conhecimento. 
Dois são meus principais motivos: Graça e Rebeca; mãe e irmã.
Um ser me mantém são, seguro e protegido: Deus.

Um dia, como quem não quer nada, a covardia irá aparecer na tua frente.
Ela encarar-te-á com olhos famintos; tremerá diante de ti e logo em seguida fugirá, pois você terá cheiro de vitória.

Gabriel Machado

terça-feira, 9 de agosto de 2011

A Menina do nome de origem russa

A primeira troca de olhares. A primeira impressão.
A partir desse momento tudo já era diferente pra mim. 
Uma satisfação tremenda me consumia apenas por ter você ao alcance de minha visão.
Tamanha singeleza e determinação contrastavam entre si e assim conseguiam me deixar bastante curioso a respeito da tua personalidade. 

Eu queria saber mais; eu queria conviver mais; eu queria você.

Seguindo teus passos através dos eventos em comum que frequentávamos, eu enchia-me cada vez mais de esperança em te ter pra mim, mesmo sabendo que se isso viesse a acontecer seria apenas por alguns instantes, e que em seguida a distância nos separaria novamente, assim como outrora já nos separava.
Aquelas covinhas que se formavam nas tuas bochechas quando você sorria; os teus olhos espremidos no ato do sorriso transmitiam pra minha alma, mesmo sem sequer olhar pra mim, a felicidade que você sentia; a tua arte que era exposta através dos teus cliques insaciáveis naquela câmera nada modesta, buscando ângulos e móveis e carros e casarões perfeitos, pessoas e paisagens e ruas e avenidas perfeitas, um Rio de Janeiro perfeito, buscando aquilo que aos teus olhos era essencial, tudo isso foram detalhes que somados só me faziam ter a certeza de que você tinha algo mais que especial, que desde então me marcaria para sempre.

Eu queria conviver mais; eu queria você.

Algumas partidas de sinuca, uma cerveja gelada e conversas paralelas onde eu não me encaixava. 
Observava atento você se entregar a outro camarada e sentia o incômodo no meu peito. Sim, o incômodo, não a dor, porque ainda não chegava ao ponto de ser dor aquilo que se alojava em mim; esta apareceria dias depois, após a despedida, utilizando o codinome de "saudade".
Optei por me deleitar nos braços de uma gaúcha para não perder a minha noite. Foi deveras magnífico, mas nada que se comparasse àquela tarde de domingo.

Eu queria você.

Pergunto-me ainda hoje o porque de tanto receio de chegar até você; talvez insegurança... talvez medo(?). O que sei é que de qualquer maneira demorei pra tomar tal decisão e isso implicou diretamente no curto tempo que tivemos juntos. 
De uma forma ou de outra, o importante é que eu vivi um dos momentos mais bonitos que qualquer homem encantado por uma mulher pode viver, algo fabuloso, que acontece de uma forma sublime, contrastando entre o singelo e o voraz, entre a vontade de idolatrar e a de possuir, entre observar e devorar, entre beijar suavemente e amar loucamente.

Eu tive você.

Ansiosamente espero o reencontro, onde teu rosto surgirá no horizonte de modo angelical e um turbilhão de emoções se apossará do meu interior, e eu sentirei novamente a vontade de saber ao teu respeito, vontade de conviver contigo, de ter você. Abraçar-te-ei, e previamente pedirei ao tempo que não seja tão carrasco conosco desta vez. Prosearemos do amanhecer ao entardecer, e quanto ao anoitecer, deixo em segredo pra te reservar uma surpresa.
Finalizando o dia, pedirei então uma dose de vodca, em homenagem ao teu lindo nome de origem russa.

Gabriel Machado

A cura pra meus medos

Ao final de mais um dia conturbado, me deito tentando repousar. É só o começo da noite.
Noite esta que me traz à lembrança todos os meus medos, os meus mais profundos anseios e pesadelos.
A obscuridade dos meus pensamentos me levam a concluir que o mais fácil é me render e transpassar a minha alma com longas horas turbulentas, banhando assim o meu corpo com um suor gelado e com um odor de medo.
Mesmo diante de todas essas adversidades,  insisto em resistir.
Busco forças que outrora eram inexistentes pra mim e até mesmo aquelas que em outros tempos eu tratei com tamanha indiferença. Tudo é válido na hora de combater os males que me assombram.
Meus olhos bem apertados, o pensamento tentando ir ao longe resgatar algo que me faça parar de temer; e adivinha o que meu cérebro resgata assim de maneira rápida, precisa e automática?
Exatamente isso. A divina imagem de um sorriso teu.
Imediatamente teu sorriso me ilumina, irradia um brilho intenso na escuridão na qual se aprisiona a minha alma e faz resplandecer, com riqueza em intensidade, os raios de uma manhã de sol que vão penetrando no vale onde se escondem os meus medos. Dessa maneira sou resgatado por uma lembrança tua, por uma simples lembrança.
O que então, poderia eu, conseguir construir ao teu lado durante toda uma vida?
A minha alma espera ainda obter essa resposta.
O meu corpo espera obter essa resposta.
Eu espero obter essa resposta.

Gabriel Machado